Uso medicinal de maconha é aprovado pelo Conselho Estadual de Saúde do Ceará

O projeto vai, agora, para a avaliação do Executivo. O objetivo é criar uma política pública de cannabis medicinal no estado.

 

Um projeto de lei que sugere o uso medicinal de maconha foi aprovado, nesta terça-feira (14), pelo Conselho de Estadual de Saúde do Ceará (Cesau). A entidade realizou uma reunião ordinária com representantes do movimento canábico no estado.

“Aprovamos uma resolução onde vai ser possível a criação de uma política estadual de saúde com a utilização da cannabis. Esse projeto, caso criado, é de extrema relevância para a saúde do estado, porque vai permitir a distribuição à base de cannabis para o SUS, a pesquisa e a capacitação de profissionais”, explicou Hugo Victor, conselheiro estadual de saúde do Ceará.

O advogado criminalista Italo Coelho, militante do movimento antiproibicionista no estado, explicou que o projeto de lei foi criado pelos movimentos sociais, associação de pacientes e outras organizações.

“É uma vitória importante, é, inclusive, um dia histórico para nós dos movimentos ligados à cannabis medicinal aqui no Ceará”, declarou o advogado.

“Pautamos o projeto de lei no Ceará para a capacitação dos profissionais de saúde nas terapias canabidiois, como também o incentivo à pesquisa com cannabis. A gente quer que as pessoas possam ter no SUS os produtos de cannabis, e também incentivo às associações”, comentou o magistrado.

Com a aprovação do Cesau, o projeto segue para o governo do estado, que vai avaliar se envia, ou não, para a Assembleia Legislativa. Caso enviado, o objetivo é criar uma política pública de cannabis medicinal no Ceará.

“Com esse passo, queremos garantir que várias pessoas que precisam desse medicamento sejam beneficiadas através dessa lei”, complementou Hugo Victor.

Uso medicinal da cannabis

O uso da maconha na medicina tem várias facetas como, por exemplo, o caso da pequena África Luana, de seis anos. Ela foi diagnosticada — ainda com três meses de vida — com fibrose cística, condição genética rara, crônica e progressiva caracterizada pela ocorrência de secreções espessas e viscosas em diversos órgãos.

A mãe dela, Amanda Maia, conseguiu, inclusive, autorização judicial para cultivar a planta em casa para usar no tratamento da filha. Com a decisão, a terapeuta holística poderá extrair da erva, em manuseio doméstico, o óleo canabidiol, que tem efeito fundamental para a filha. “Diminui a velocidade da degradação do pulmão e pâncreas, reduz as crises de tosse e ajuda a manter um equilíbrio melhor do organismo dela”, explicou a mãe.

Publicação original: https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2022/06/14/uso-medicinal-de-maconha-e-aprovado-pelo-conselho-estadual-de-saude-do-ceara.ghtml

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